Confira o texto escrito pela vereadora Edna Sampaio na íntegra
Trago aqui cenas de uma violência política de gênero.
O silenciamento, o escárnio feito por quem, em seus pequenos poderes, se julga Deus. Elabora suas próprias regras na medida exata de sua conveniência. Pode a oprimida falar?
Resposta: apenas quando convém ao opressor, senhor do sim e do não!
Uma violência praticada por alguns, protegida e consentida por todos que se silenciam.
Uma violência para me dizer que a corporação dos vereadores/as, que tanto se defendem, não estende a defesa a meu corpo. Este meu corpo negro e altivo é presença indesejada na Casa dos Horrores! E, quem sabe não fosse minha dor por tanta violência, poderia eu me sentir mais orgulhosa de não ser parte de um corpo adoecido que quer me adoecer.
Lidei com isso desde o início, sempre desejando o bom senso, a boa política, o espaço para divergência, saudável e democrático. Mas nenhum poder frágil permite divergência sem punição severa do divergente porque toda divergência é ameaçadora!
Diante da crescente violência que se escalou contra mim, culminando na perseguição para cassar meu mandato, é preciso demonstrar que o horror daquela Casa não é a minha presença como querem fazer crer. O horror são os “pequenos poderes” que não podem conviver com a divergência. Nenhum ruído fora do script entre sim e não, situação e oposição, o espetáculo monótono que a política neste nível produz diante dos meus olhos.
O horror não é a Casa Legislativa, tão subtraída e que deveria ser uma instituição importante para a Democracia em nosso município. Respeitá-la e honrá-la é combater a mentira, a violência racial e de gênero porque com fake news, racismo e misoginia não há Democracia!
O Presidente da Comissão de Ética não tem condição de presidir um processo contra mim porque seu objetivo é cassar meu mandato a qualquer custo.
A utilização de instrumento jurídico para perseguir politicamente adversários é o Brasil que estamos deixando para trás porque o povo escolheu a Democracia, não a barbárie.
Poder muito não é poder tudo! Seguirei defendendo a Democracia contra os abusos dos extremistas de direita, que violam as instituições e os processos legais, criando regimes de exceção e, com isso, desvirtuando e desacreditando as próprias instituições que representam e que deveriam honrar.
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