Às lutadoras e lutadores do Movimento Sem Terra (MST), meu respeito em minha gratidão pela luta.
Há muito que celebrar nesses 40 anos de existência do MST e, embora não tenha conseguido estar no 7º Congresso Nacional com vocês em razão de minha saúde, afetada física e emocionalmente por intensa violência de gênero que tenho sofrido naquela intitulada “Casa dos Horrores”, faço de minha querida assessora, Daiely Cristina, a porta-voz de minha mensagem aos companheiros e companheiras do MST na abertura do 7º Congresso Nacional, embalados pela poesia de Dom Pedro Casaldáliga: “Malditas sejam todas as cercas, malditas sejam todas as propriedades privadas que nos privam de viver e amar”.
Os desafios da luta pela terra são enormes e talvez nunca tenha feito tanto sentido o esforço de unir campo e cidade nessa luta. Da perspectiva do MST e de todos nós do campo da esquerda, não é apenas uma luta pela terra e, sim, por um outro modelo de sociedade onde o ser humano se veja como parte da natureza, não o seu oposto. Por um modelo de agricultura que gere vida, não morte!
Num tempo no qual ainda não resolvemos problemas do século XIX, como a reforma agrária, novas e urgentes dimensões da luta desafiam a classe trabalhadora: o combate ao fascismo, o ódio de classe, racial e de gênero e, ao mesmo tempo, a luta pela continuidade de nossas vidas e das futuras gerações neste planeta.
O MST tem demonstrado vigor na atualização das pautas de luta de nosso tempo ao integrar desde o início a agroecologia buscando uma agricultura com sustentabilidade ambiental, além do reconhecimento da luta das mulheres no interior do movimento cujo ponto alto de visibilidade tem sido a grandiosa Marcha das Margaridas. Radicalmente antenado com nosso povo, o MST também acolheu as bandeiras de defesa da vida LGBTQIA+, demonstrando que a luta nos une a todos!
Com certeza, a luta do MST é uma causa negra também e nas fileiras do movimento são os nossos rostos a maioria. Nesse navio negreiro que rasga as veias abertas de um Brasil ainda tão escravocrata, ousamos sonhar porque ousamos vencer!
Alegria e satisfação ver crescer, nesses 40 anos, a dimensão da luta do MST, transbordando para todas as pautas que atravessam nossa vida, nosso Mandado Coletivo pela Vida e por Direitos. Estamos juntas, juntos e juntes porque esse sonho de outro mundo possível é o que nos anima e nos torna companheir@s!
Parabéns às companheiras e companheiros do MST. Nossa luta é todo dia e nela sabemos: não estamos sós!
Vereadora Edna Sampaio
Mandato Coletivo pela Vida e por Direitos.
Cuiabá, 26 de abril de 2024.
Comments