A vereadora Edna Sampaio (PT) pediu, na sessão ordinária desta quinta-feira (23), a retomada da tramitação do Estatuto LGBTQAPN+. A pauta poderá ser colocada para votação na próxima terça-feira na Câmara Municipal. De autoria da vereadora, o projeto é de julho de 2022 e foi retirado de pauta a seu pedido, após resistência dos demais vereadores e da Comissão de Direitos Humanos.
A decisão de retornar à tramitação veio após a audiência pública pela Visibilidade Trans, onde o documento foi apresentado e uma ampla discussão com a comunidade LGBTQIAPN+, em reunião na última segunda-feira (22). O objetivo do Estatuto é garantir direitos essenciais para a comunidade, como acesso à saúde, educação, trabalho e segurança.
Em sua fala, a vereadora destacou a diversidade presente no movimento e a busca legítima por reconhecimento e respeito.
“Pessoas LGBTQIAPN+ são seres humanos como qualquer outro, cheios de sonhos, inteligência e capacidade de conduzir suas próprias vidas. Eu fico muito tocada porque eu sou uma mãe de LGBT e gostaria muito que todas as pessoas LGBTs tivessem o acolhimento que a minha filha tem em casa. Infelizmente, nem todas as famílias entendem assim”, ressaltou a vereadora.
“Aprovar um projeto desse não é aprovar um projeto da vereadora Edna e nem aprovar um projeto para promover o privilégio de uma determinada organização”, completou.
Valdomiro Arruda, presidente do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual e Clóvis Arantes, coordenador da Associação da Parada LGBTQIAPN+ utilizaram a tribuna livre para expor a importância da pauta aos demais vereadores na sessão ordinária desta quinta-feira (23). Em sua fala, Clovis enfatizou que o objetivo não é buscar privilégios, mas sim igualdade de direitos para todos os cidadãos, independentemente de sua orientação sexual.
“Nossa população é expulsa das escolas, muitas vezes nos é negado o acesso à saúde, nossa população é violentada todos os dias. O que nós queremos nesta Casa de Lei é aprovar um Estatuto que regulamenta que nos garanta direitos que já estão garantidos na Constituição. Nós somos cidadãos e cidadãs, nós pagamos nossos impostos, nós contribuímos ativamente para a vida do país, e não é por conta da nossa orientação sexual que nós temos que ser privados de direitos básicos”, afirmou Clóvis.
Ele pediu que a Casa olhe o Estatuto como a possibilidade da comunidade LGBTQIAPN+ viver um pouco mais de dignidade.
“Todo o dia sai uma matéria no jornal de uma pessoa da nossa comunidade sendo violentada, sendo assassinada. Então, a gente não precisa falar muito das mazelas que nós vivemos. O que nós queremos pedir pra vocês é apoio para a população mais vulnerável. Eu sou professor, sou privilegiado, mas nossa população que está na periferia, principalmente homens e mulheres trans, vivem em situação de vulnerabilidade. Nós queremos que a prostituição deixe de ser a única opção para essas pessoas”, concluiu o professor. Letícia Corrêa
Assessoria de Comunicação
MANDATO COLETIVO PELA VIDA E POR DIREITOS
VEREADORA EDNA SAMPAIO